sexta-feira, setembro 01, 2006

“Quem matou o jornal?”

24 Aug 24th 2006From The Economist print edition

“O negócio de vender palavras aos leitores e de vender leitores aos publicitários, que sustentou seu papel na sociedade, está caindo...

... De todos os meios “velhos”, os jornais é o que tem mais a perder com a internet. A circulação tem caído na América, na Europa Ocidental, na América Latina, na Austrália, na Nova Zelândia por décadas (em outra parte, as vendas se estão subindo), mas, no futuro, em poucos anos, todos estarão em declínio. Em seu livro “o jornal desaparecendo”, Philip Meyer calcula que no início de 2043 será o momento em que o jornal impresso morrerá na América, quando o último leitor esgotado, jogará de lado a última edição... As pessoas mais novas estão começando a ler notícias na rede. Britânicos entre 15 e 24 dizem que gastam quase 30% menos tempo lendo os jornais nacionais pela web".

Quanto a publicidade
"A internet é um meio sedutor que combina supostos compradores com os vendedores e prova aos publicitários que seu dinheiro está bem gasto. Os anúncios classificados estão se deslocando rapidamente para a rede".

O cenário
"Os jornais ainda não começaram a fechar para baixo em números grandes, mas é somente uma questão de tempo. Em 2005 um grupo dos acionistas do Knight Ridder, proprietário de diversos diários americanos grandes, começou a vender seus papéis e terminar assim uma história de 114 anos. Este ano Morgan Stanley, um banco de investimento, pressionou o New York Times, a maior empresa jornalística, porque seu preço de capa tinha caído nos últimos quatro anos.

A fim cortar custos, já estão gastando menos com o jornalismo. Muitos estão tentando também atrair uns leitores mais novos deslocando a mistura de suas histórias para o entretenimento, o estilo de vida, e outros assuntos que podem parecer mais relevantes às vidas diárias das pessoas, do que com os casos internacionais e de política. Estão tentando criar uma linha negócios novos. E investindo nos papéis diários livres, que não se usam além de alguns recursos editoriais para descobrir corrupção política ou fraudes".

Os grandes
"As publicações como os New York e o Wall Street Journal devem aumentar seus preços para compensar os rendimentos com os anúncios perdidos para a internet. A utilidade da imprensa vai muito mais além dos abusos investigados ou de divulgar a notícia apurada. Ela pode prender governos ou pressioná-los a se explicar para a opinião pública. A internet expandiu esta possibilidade. Qualquer um que procura a informação nunca esteve tão bem equipado. Os povos já não têm que confiar em um punhado de jornais nacionais ou, pior, em jornais da sua cidade. Os noticiários locais do Google extraem notícias de todo o mundo. O web site do Guardian da Grâ Bretanha tem quase a metade de seus leitores na suas casas na América".
Os blogs
"Além disso, uma força nova dos jornalistas e dos blogueiros vinculam o “cidadão” e os políticos ao cliente da notícia. A rede abriu o mundo fechado dos editores e repórteres profissionais a qualquer um com um teclado e uma conexão da Internet. Diversas companhias estão trocando e depurando os “postings” que saem dos laptops ou TVs à cabo de amadores adormecidos no sofá.
Cada blogueiro é capaz de polarizar e caluniar, mas, feito um exame enquanto grupo, os blogueiros oferecem a pesquisa e a filtragem de matérias numa imensidão de informações entregando-as mastigadas à rede. Naturalmente, a internet é uma alcova às mentes fechadas, mas, de qualquer forma, exerce muita da pressão".
Um novo modelo
"A maioria dos blogueiros operam das suas poltronas, não na linha de frente (no front), e os cidadãos-jornalistas tendem a furar as matérias locais. Mas, tudo é ainda muito novo. Os novos modelos saltarão na frente como conseqüência do recuo dos papéis. Um grupo não empresarial tenta implantar modelos que combinam o trabalho dos amadores e dos profissionais para produzir histórias investigativas pela internet. Apropriadamente, US $10 mil de dinheiro para o projeto vieram de Craig Newmark, de Craigslist, um grupo de Web site livres da “classific-propaganda” que provavelmente, fizeram mais do que, qualquer coisa para destruir a renda dos jornais.

No futuro, segundo Carnegie, algum jornalismo de alta qualidade será suportado também por organizações não empresarias (non-profit). Já, há algumas organizações respeitadas de notícia que se sustentam, desta forma e nela se incluem o Guardian, o monitor da ciência Christian e a Rádio Pública Nacional.

Um grupo de elite do jornalismo sério dos jornais está disponível e é sustentado, de forma independente, por milhares de blogueiros voluntários que ateiam fogo junto com os cidadão-jornalistas bem informados em toda parte da rede”.

PS.: Texto traduzido e editado de matéria do famoso jornal "The Economist".