quarta-feira, outubro 24, 2007

Os estigmas dos políticos campistas

Prof. Vitor Augusto Longo Braz, em 23/10/2007

A nossa querida Campos dos Goytacazes é uma cidade aonde alguns de seus representantes políticos se estigmatizaram, de uma forma ou de outra, em sua passagem pelo poder. Segundo o dicionário da Língua Portuguesa, de autoria de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, estigma é sinônimo de cicatriz, sinal e, estigmatizar é marcar com estigma, censurar, condenar.Pois bem, vamos a um breve passeio pela história política de Campos, começando por um passado, um tanto, quanto recente. Porém, é de bom alvitre que se diga que esses estigmas que serão colocados na conta dos políticos citados não é uma opinião pessoal deste blogueiro, mas uma constatação observada nas rodas de conversas políticas de um grande número de pessoas habitantes da cidade, principalmente os que acompanham a política local e nacional de forma mais atenta, ou seja, é o senso comum que dita os estigmas dos políticos que serão citados a seguir.

O ex-vice-prefeito de Campos, Lourival Martins Beda, teve o estigma de ser “O Médico dos Homens e das Almas”, pela sua benemerência no trato com a medicina e com os menos favorecidos sócio-economicamente.

O falecido deputado federal Alair Ferreira, tem o estigma de ser “O Realizador”, pelas importantes obras que trouxe para a sua cidade, podendo citar: a construção do dique do Rio Paraíba do Sul, a construção de uma ponte, e outras tantas obras.

O político Sebastião Campista, várias vezes candidato a cargos eletivos, porém sem sucesso nas urnas, ficou estigmatizado como o “Chicote do Povo”, por ser um advogado e radialista que defendia os interesses dos mais humildes nos tribunais.

O ex- prefeito, José Carlos Vieira Barbosa, o Zezé Barbosa, ficou estigmatizado pelo senso comum, como o “Prefeito das Pracinhas Públicas e dos meios fios pintados a cal”. Nada depreciativo, porém é um estigma que sugere a falta de ações mais concretas, no que diz respeito ao desenvolvimento e a realizações.

O ex–prefeito e ex–governador, Anthony Garotinho, se auto-estigmatizou como sendo um “Político Pobre, que só tem uma casa na Lapa”, assim mesmo, fruto de uma herança de família. É bem provável que ao se auto-estigmatizar dessa forma, ele buscou um gancho de marketing pessoal e político, que se diga de passagem, ele reforça até os momentos atuais, embora tenha ocupado cargos políticos executivos da mais alta importância no contexto de um campista.

O ex-prefeito Sérgio Mendes, por um bom tempo, ou melhor, até romper com seu criador o ex-governador Anthony Garotinho, teve o estigma de ser o “Boneco de Garotinho”. Esse estigma, talvez, se deva ao fato do ex- prefeito Sérgio Mendes ter sido eleito com o apoio político de Garotinho, sob o lema de “Sérgio Mendes é Garotinho de Novo”, e, durante um bom tempo ter governado Campos sob a orientação de seu criador.

O ex-vereador e ex-deputado estadual, pré-candidato a prefeito pelo PCB no próximo pleito, Paulo César Martins, teve seu estigma criado na sua luta pela emancipação de Guarús, ou seja é conhecido como o político que tenta separar a margem direita do Rio Paraíba do Sul da margem esquerda, dividindo Campos ao meio.O

O deputado estadual João Peixoto ficou estigmatizado por ser o defensor dos taxistas, uma vez que, esta era a sua labuta profissional chegando, inclusive, a ser presidente do sindicato de sua classe profissional.

O ex-vereador, ex- deputado federal e prefeito de Campos por um curtíssimo período, Carlos Alberto Campista, tem o estigma de ser o “Advogado dos Aposentados”.

O Deputado Federal e ex-prefeito, Arnaldo Vianna, segundo os mais entendidos em política de nossa cidade, é sem dúvidas, o político mais popular de Campos no momento atual. Seu estigma é de ser um político “Bondoso”, de um “Coração Grande”, não obstante, as graves denúncias que pesam contra ele e que tramitam nas esferas judiciais.

O ex-deputado Paulo Feijó, logo no início de sua carreira política, foi difamado por adversários políticos como tendo subtraído trilhos da extinta Rede Ferroviária Federal, onde exercia o cargo de engenheiro. O fato é que esse estigma acompanha o ex-deputado até aos dias atuais, mesmo com todo seu esforço em reverter à situação. Não é raro ouvir piadas sobre Paulo Feijó e os trilhos. Enquanto deputado federal, novamente seus adversários políticos o estigmatizaram como tendo sido um dos deputados federais que votaram contra os trabalhadores. A bem da verdade, os que acompanham a política mais de perto sabe que tal fato verdadeiramente não aconteceu, mas o calar do ex-deputado, diante das acusações inverídicas, fez com este rótulo lhe acompanhasse até hoje. Recentemente teve seu nome envolvido com a máfia das ambulâncias, ou escândalo das sanguessugas, o que o levou a se desfiliar do seu partido para evitar enfrentar o Conselho de Ética e uma provável expulsão do PSDB. Dessa forma, não há como negar esse seu novo estigma, o de “Sanguessuga”.

Rockfeller Felisberto de Lima, ex-vice-prefeito eleito pelo voto direto, ex-prefeito, ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-senador suplente da república, ex-secretário de estado e, atualmente Secretário Municipal de Comércio, Indústria, Turismo e Tecnologia, tem o estigma de “Um homem Público de Mãos Limpas” e que quando foi prefeito de Campos, por um curto período e, diga-se de passagem com parcos recursos para administrar uma cidade do porte de Campos, deixou obras importantes, eternizadas com o passar tempo, podendo citar: A APOE, o Colégio Municipal 29 de Maio, o Palácio da Cultura, os Sandús e tantas outras obras de grande relevância.

Para que este artigo não se torne enfadonho vou parar por aqui. Porém, mais uma vez, reforço que estes rótulos que marcaram a carreira dos políticos citados neste texto, não se constitui em pensamento ou opinião própria deste blogueiro, mas do senso comum, influenciado maciçamente pelas mídias locais e de âmbito nacional.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Rumo errado

Vitor Augusto Longo Braz*

O atletismo, esporte milenar e diversificado que agrega várias modalidades, podendo citar: corridas, saltos, arremessos e lançamentos. O atletismo é considerado o esporte “mãe”. Do atletismo, surgiram quase que a totalidade dos demais esportes, segundo historiadores. Segundo eles - os historiadores, as primeiras provas de competição registradas na história eram compostas de algumas das diversas modalidades do atletismo.

Na história das olimpíadas o atletismo configura-se como a grande atração, a grande expectativa, a estrela do evento. As esperanças em torno das auto-superações e quebra de recordes nas diversas modalidades dos esportes que compõe o atletismo são as que mais chama a atenção de todo o mundo.

O Brasil, em termos desportivos, começou a ganhar destaque e reconhecimento internacional, não só pelo futebol, mas também através de marcas alcançadas por atletas do atletismo. Vale lembrar: Ademar Ferreira, Joaquim Cruz, João do “Pulo”, entre outros tantos.

O atletismo, no tocante às corridas, principalmente, basta observar, é o esporte que mais atrai adeptos desfavorecidos sócio-economicamente. As nações africanas são as que mais se destacam em corridas de rua. A Nigéria, o Quênia e outros países africanos que são economicamente considerados miseráveis são os que mais ganham corridas de rua no mundo todo. No Brasil os corredores de rua são, da mesma forma, em sua grande maioria, desfavorecidos sociais e economicamente. Muitos não têm dinheiro para comprar um tênis apropriado. Lembram da nossa atleta, cortadora de cana, que ganhou a Corrida de “São Silvestre”, uma das mais importantes do mundo, descalça.

Em Campos essa realidade não é diferente. Os atletas de corrida de rua sofrem com o descaso e a falta de apoio do poder público, especificamente do gestor da pasta que tem a incumbência de incentivar e desenvolver esse esporte. Há pouco tempo atletas de ponta de Campos fizeram apelos e denúncias em um jornal local quanto à falta de apoio dado a eles, que elevam o nome de nossa cidade país afora e, de sobra, aproveitam para se aprimorarem. Coitados! A alegação sempre é a falta de verbas. Quando, quase sempre, se impõe aos solicitantes “mil” exigências para liberarem uma merreca: tem que ter associação, sindicado federação, etc. Mas, dinheiro para um comprar carro 0 Km, que segundo se noticiou em um jornal local, ao preço de R$ 38.000,00 (trinta e oito mil reais), para servir ao bem estar dos dirigentes, a verba aparece como num passe de mágica.

Como promotor de quase uma centena de competições de corrida de rua em Campos, São João da Barra e Macaé, considero-me com legitimidade para falar desse descaso. Afinal, dessas quase cem corridas de rua que promovi, tive muito pouco ou quase nenhum apoio da municipalidade. Felizmente, empresas de porte como o Banco Itaú e a Unimed tiveram a sensibilidade que a municipalidade não têm.

Aliás, faço uma simples pergunta aos dirigentes da FME: Onde em Campos se pratica salto em distância, salto em altura, arremesso de peso, salto com vara, arremesso de disco e outras modalidades do atletismo. Ah! Esqueci, não temos sequer uma pista de corrida e local para a prática do atletismo. Que vergonha eu sinto da minha cidade, tão rica e ao mesmo tempo tão atrasada no esporte.

Bem que os dirigentes do esporte em Campos poderiam assistir a Corrida Rústica de Macuco, cidade da Região Serrana de pequeno porte e arrecadação infinitamente inferior a nossa cidade. Lá acontece uma corrida a nível nacional com total apoio da municipalidade. Participam aproximadamente 1.000 (mil) atletas de todos os lugares do País, que promovem o Turismo e o Esporte, levando a reboque o desenvolvimento econômico. Ou então, poderiam visitar Nova Friburgo, que é considerado um Centro de Excelência em atletismo, principalmente Corrida de Rua.

Não estou acompanhando os Jogos Estudantis de Campos, ouço apenas, de forma massiva, das críticas quanto à organização, mas não tenho condições de afirmar isso, pois não estou acompanhando este evento. Gostaria apenas de saber se durante os Jogos Estudantis de Campos, acontecerá competições de saltos, arremessos e as diversas modalidades de corrida que compõe o atletismo e, por último aonde irão acontecer. Se for na pista do 56º Batalhão de Infantaria, que os organizadores tomem cuidados especiais para não lesionarem os competidores, pois a pista não é das melhores, para ser otimista.

Lembro-me da minha época de estudante secundarista. Existia todas essas modalidades do atletismo nos colégios. Posso citar: Liceu de Humanidades de Campos, Escola Técnica Federal de Campos, Centro Educacional N.S. Auxiliadora, Colégio São Salvador, etc. Acho que é viável à volta dessas diversas modalidades do atletismo que citei acima. Basta ter visão desportiva, ou buscar acessória competente, e o que é também fundamental, ter humildade para agregar profissionais que tem competência e história no esporte de Campos.

Fico imaginando se os dirigentes pensam em gerir o esporte como inclusão social, como poderosa ferramenta da educação e com oportunidades para todos. Penso que estão no RUMO ERRADO.

Prof. Vitor Augusto Longo Braz
Jornalista, Profissional de Educação Física, ex - Presidente da Associação dos Profissionais de Educação Física de Campos (1996 a 2000), ex-membro do 1º Conselho Regional de Educação Física instalado no Brasil, Mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ, Premiado em 01/09/03 com Discóbolo de bronze pelo ex- Presidente da República Fernando Henrique Cardoso pelos relevantes serviços prestados a Educação Física no Estado do Rio de Janeiro.